Ela ficou em silêncio um, cinco dez, quinze minutos. Ainda que estivesse angustiada com falta de som na sala e pensando no que sua terapeuta estava pensando, não conseguiu perguntar ou dizer. Lá fora, ouvia vozes animadas, talvez uma conversa na recepção, talvez alguém rua. Dentro da sala, ouvia sua respiração e só. A terapeuta a olhava, ela sabia, mas ela não olhava de volta. Queria contar que dentro do peito morava um vazio que ela não sabia explicar de onde veio e para onde ia. Queria chorar, mas não conseguia - quase nunca chorava. Queria falar, mas não encontrava por onde começar ou como descrever o que sentia. Queria ser abraçada, mas não conhecia quem pudesse lhe oferecer o abraço necessário para preencher o vazio do peito (será que existiria esse abraço?). No lugar de todas as expressões, reinava o silêncio que já chegava a quase 20 minutos. Muitas vezes tentava imaginar o que a terapeuta pensava quando ela se silenciava. Gostava de imaginar que ela estivesse angustiada també...
CRP 06/110125 Psicoterapia online e presencial no Tatuapé, São Paulo - SP